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Apesar de ser uma doença degenerativa e sem cura, o ceratocone pode ser controlado com tratamentos eficientes. Entretanto, é preciso ter um diagnóstico precoce para evitar danos permanentes à visão.

Continue com a gente neste artigo e veja mais sobre o ceratocone, as medidas de prevenção e tratamento dessa doença ocular. Boa leitura!

 

O que é o ceratocone?

 

O ceratocone é uma doença ocular não inflamatória, que causa a degeneração da córnea.

O paciente apresenta alterações na estrutura da córnea que a deixam mais fina. Logo, sua curvatura é modificada, assumindo um formato mais cônico em relação a uma córnea normal.

Ao assumir esse formato de cone, a córnea distorce a entrada de luz, prejudicando a projeção das imagens.

Em muitos casos, o diagnóstico do ceratocone é feito em adolescentes, quando há dificuldades visuais.

Pode ocorrer em um dos olhos ou nos dois, sendo mais frequente o tipo bilateral. É uma doença grave e pode evoluir para a perda da acuidade visual e cegueira.

As causas do ceratocone ainda são desconhecidas. Estima-se que o hábito de esfregar ou coçar os olhos podem contribuir para a doença. Mas a doença também pode se manifestar durante a gestação.

 

Quais os sintomas do ceratocone?

 

O ceratocone pode apresentar diversos sintomas. O mais comum é a percepção de múltiplas imagens fantasmas, que surgem em campos de visão com altos contrastes.

É comum que o paciente enxergue diversos pontos em padrões irregulares, que podem se alterar e assumir novas formas.

Outro sintoma também é a diplopia monocular, que é a imagem dupla. Devido ao esforço ocular, é comum que paciente apresente fotofobia e dores de cabeça.

Existem também alguns sintomas e condições que podem sinalizar a presença de ceratocone, portanto, são pontos de atenção para o diagnóstico precoce:

  • Diminuição da visão em crianças e adolescentes.
  • Alterações constantes dos óculos.
  • Coçar os olhos com frequência.
  • Possuir doenças respiratórias superiores como rinite e sinusite.
  • Presença de inflamação e vermelhidão nos olhos.
  • Pacientes com Síndrome de Down, Turner, Marfan, Amaurose de Leber, Retinose Pigmentar.
  • Histórico familiar com presença do ceratocone.
  • Visão com dor, lacrimejamento e fotofobia.
  • Aumento de miopia e astigmatismo.

Esses sintomas são alertas para a possibilidade da doença e quando o diagnóstico é precoce, as chances de tratamento do ceratocone são maiores.

 

Como é feito o diagnóstico do ceratocone?

 

Além da observação clínica, o diagnóstico do ceratocone é realizado pela realização de exames clínicos, os mais comuns são a topografia de córnea e o biomicroscópio sob lâmpada de fenda. Também pode ser realizado exame de retinoscopia.

O exame por lâmpada de fenda deve manter foco no afinamento, estrias de Vogt e anel de Fleischer. Já a topografia de córnea garante a avaliação de anomalias mais evidentes na superfície anterior ou posterior da córnea.

 

Quais são os graus do ceratocone?

 

São identificados quatro graus para o ceratocone:

  • Grau 1 – chamado de ceratocone incipiente ou frustre. A visão ainda é preservada e o paciente apresenta poucos erros refrativos como miopia e astigmatismo.
  • Grau 2 – O paciente já pode apresentar hipovisão, necessitando de lentes corretivas para os erros refrativos presentes.
  • Grau 3 – considerado um estágio avançado, pode requerer cirurgia corretiva nos anéis estromais, já que o uso de lentes pode não ser suficiente.
  • Grau 4 – É o último estágio da doença. Nessa fase o paciente pode apresentar opacidade ou edema de córnea. Nesse grau, o tratamento recomendado é o transplante de córnea.

 

Qual o tratamento indicado para o ceratocone?

 

O ceratocone é uma doença que não possui cura. No entanto, com o diagnóstico precoce e tratamento correto, o paciente pode recuperar a acuidade visual e realizar suas atividades normalmente.

O tratamento da doença pode ser iniciado com o uso de óculos. Caso não proporcionem o resultado desejado, o paciente pode utilizar lentes de contato rígidas ou semirrígidas para corrigir a curvatura da córnea.

Nos casos que requerem cirurgia, é realizada a colocação de anéis corneanos no estroma da córnea para alterar sua curvatura. Os resultados são bastantes promissores.

Outro método muito eficiente é o crosslink de córnea. Sua função é aumentar a rigidez da córnea utilizando um laser com luz UV após a aplicação de vitamina B2.

A riboflavina da vitamina B2 absorve a luz UV, garantindo maior rigidez da córnea para estabilizar o processo de ectasia, que é a forma cônica da córnea.

Como mencionamos acima, o transplante de córnea é o tratamento efetivo para pacientes que estão no grau 4 do ceratocone, apresentando edemas e opacidade da córnea.

O diagnóstico precoce do ceratocone pode garantir ao paciente a estabilização da doença com um tratamento menos invasivo e uma boa recuperação da visão. Para tanto, é importante que pais, médicos pediatras e até mesmo hebiatras tenham atenção aos sintomas e queixas de seus filhos e pacientes, principalmente se já possuem condições que favorecem a doença.

Ao manter a atenção nos sintomas, o médico responsável pode encaminhar a criança ou o adolescente para o oftalmologista, a fim de ter um diagnóstico mais preciso e iniciar o tratamento o quanto antes.

Vale lembrar que o mês de junho é destinado à prevenção e conscientização do ceratocone, mas em todos os meses a atenção deve ser mantida para permitir um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz.

 

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