Com tantos avanços tecnológicos, o setor de oftalmologia é um segmento que está sempre inovando e investindo em soluções de modo a prevenir possíveis problemas oculares e levar bem estar para todos.
Sendo assim, uma das inovações é o crosslink, um método cirúrgico que vem se mostrando bastante esperançoso, a fim de minimizar a progressão da doença ceratocone (CID 10 – H18.6) que é uma deformação progressiva da curvatura da córnea, estrutura transparente que reveste a parte anterior do olho, provocando nela um afinamento em forma de cone.
No que consiste o tratamento – Crosslink?
O objetivo deste procedimento é induzir um aumento da rigidez e da resistência da córnea, permitindo que ela não se altere com o passar dos anos, diminuindo os impactos à visão e à qualidade de vida do paciente, por meio dessa técnica, é possível retardar os danos causados pelo ceratocone e evitar a perda da acuidade visual e até a necessidade de um futuro transplante.
No crosslinking, há um fortalecimento das fibras de colágeno (que representam as pontes de sustentação da córnea). Com o aumento da resistência corneana, diminui-se a elasticidade da córnea e com isso, reduz-se a hipótese de progressão do abaulamento corneano, responsável pelo alto astigmatismo e baixa da visão.
Quando é indicado o tratamento?
- Ceratocone em progressão documentada na população adulta;
- No diagnóstico de ectasia pós-cirurgia refrativa
- No diagnóstico de ceratocone na população com menos de 18 anos.
- Pacientes em qualquer idade, podem optar apenas por acompanhamento da doença, pois o Crosslink também apresenta complicações. Todo tratamento cirúrgico deve ser discutido e esclarecido antes de determinar qualquer conduta.
Como é o tratamento?
O tratamento é minimamente invasivo e pode ser feito apenas com anestesia tópica, por meio do uso de colírios anestésicos.
A técnica consiste na aplicação de um colírio especial à base de riboflavina (vitamina B2), que, posteriormente, é ativado por um feixe de luz ultravioleta. Isso estimula a contração e a união das fibras de colágeno, o que aumenta a resistência da córnea e reforça sua estrutura.
O procedimento dura aproximadamente uma hora, normalmente não tem necessidade de internação.
Explicação do Diagrama de Blocos
O Eyelink foi desenvolvido atendendo as mais rígidas normas de segurança, tem um sistema de controle que garante o erro máximo de 5% na potência de saída.
No diagrama de blocos abaixo, podemos observar os sensores de controle e realimentação do sistema. Possui 3 sensores, o Corrente, o Óptico principal e o Ótico Saída.
O equipamento tem um sistema de segurança onde é gravado a cada segundo a quantidade inserida de UV. Garantindo assim a recuperação do tratamento mesmo em caso de emergência.
Protocolos de Tratamentos – Eyelink
De acordo com a lei da reciprocidade de Bunsen-Roscoe, o mesmo efeito fotoquímico poderia ser alcançado com a redução do tempo de iluminação e correspondente aumento da intensidade de irradiação. De forma que, 10 minutos de irradiação a 9 mW/cm2 deveriam prover o mesmo efeito obtido com 30 minutos de irradiação à 3 mW/cm2. Uma vez que todas as combinações de tempo e intensidade resultam a mesma quantidade de energia 5,4 J/cm2.
1- Protocolo Dresden
Tempo de 30 Minutos com intensidade de irradiação 3 mW/cm2
2- Protocolo Intermediário
Tempo de 15 Minutos com intensidade de irradiação 6 mW/cm2
3- Protocolo Acelerado
Tempo de 10 Minutos com intensidade de irradiação 9 mW/cm2
4 – Protocolo Ultra Acelerado
Tempo de 7,5 Minutos com intensidade de irradiação 12 mW/cm2
5- Protocolo Intermediário Pulsado
Tempo de 30 Minutos com intensidade de irradiação 6 mW/cm2
6 – Protocolo Acelerado Pulsado
Tempo de 20 Minutos com intensidade de irradiação 9 mW/cm2
7- Protocolo Ultra Acelerado Pulsado
Tempo de 15 Minutos com intensidade de irradiação 12 mW/cm2