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O diagnóstico do olho seco envolve a avaliação de vários aspectos oftalmológicos, incluindo a análise do ritmo do piscar e a avaliação da superfície ocular com corantes, como a fluoresceína sódica. Além disso, o teste de Schirmer é utilizado para medir a produção de lágrima aquosa, com suas variantes, Teste de Schirmer I e Teste de Schirmer II.

Como é o Diagnóstico do Olho Seco?

O diagnóstico do Olho Seco é geralmente realizado através de exames oftalmológicos detalhados, incluindo a biomicroscopia com lâmpada de fenda. Durante este procedimento, o oftalmologista investiga atentamente os sinais indicativos da condição, que pode ser identificada como Ceratoconjuntivite Seca ou Síndrome da Disfunção Lacrimal.

É importante ressaltar que a presença de olhos vermelhos deve suscitar a suspeita de Olho Seco, considerando a conexão intrínseca entre a secura ocular e a inflamação.

Avaliação do Ritmo do Piscar:

A avaliação do ritmo do piscar assume uma importância significativa no diagnóstico, requerendo uma análise minuciosa da frequência e do padrão de piscar. Além disso, é crucial examinar quaisquer anomalias palpebrais que possam desencadear a Síndrome da Disfunção Lacrimal.

É notável que pacientes afetados pela ptose palpebral, caracterizada pela queda das pálpebras, frequentemente enfrentam dificuldades ao piscar, aumentando substancialmente o risco de desenvolver olho seco.

Avaliação da Margem das Pálpebras:

A avaliação das glândulas palpebrais permite o diagnóstico da Disfunção das Glândulas de Meibomius e das Blefarites

Avaliação da Superfície Ocular com Corantes – Coloração com Fluoresceína Sódica:

A coloração com fluoresceína sódica, sendo o corante mais amplamente empregado na prática oftalmológica, destaca-se por sua capacidade de corar tanto o filme lacrimal quanto as células presentes na superfície ocular e na margem palpebral. A utilização desse corante permite a avaliação de diversos parâmetros essenciais, como o tempo de ruptura do filme lacrimal, o índice de proteção ocular, o menisco lacrimal, as lesões celulares da superfície ocular e quaisquer mudanças anatômicas da conjuntiva que possam surgir como resultado do olho seco.

 Medida do Tempo de Ruptura do Filme Lacrimal – Break Up Time – BUT:

A avaliação do Tempo de Ruptura do Filme Lacrimal (conhecido como Break-Up Time ou BUT) é crucial para determinar a estabilidade do filme lacrima

O procedimento envolve a instilação do corante de fluoresceína amarelo, seguido pela avaliação do filme lacrimal sob um feixe de luz difusa proveniente da lâmpada de fenda, com o filtro azul-cobalto

Logo após piscar, quando a lágrima se encontra em um estado estabilizado, a superfície ocular deve exibir uma imagem uniforme. No entanto, após um determinado intervalo de tempo, podem surgir linhas ou pontos escuros no filme lacrimal fluorescente, indicando áreas secas onde a lágrima está evaporando, o que marca o tempo de ruptura do filme lacrimal.

Em condições normais, espera-se que o BUT seja superior a 10 segundos. Se a primeira linha ou ponto escuro aparecer antes desse período, é diagnosticada a instabilidade do filme lacrimal.

Índice de Proteção Ocular:

A interação entre o intervalo de piscar e o tempo de ruptura do filme lacrimal desempenha um papel crucial na manutenção da integridade da superfície ocular.

Com o intuito de avaliar objetivamente essa dinâmica ocular, foi concebido o Índice de Proteção Ocular (OPI), determinado pela divisão do tempo de ruptura do filme lacrimal (BUT) pelo intervalo entre piscadas (Inter-Blink Interval – IBI).

Quando o BUT ultrapassa o Intervalo entre piscadas, o valor do OPI é superior a 1, o que indica que a superfície ocular está devidamente protegida. Em contraste, se o BUT é inferior ao Intervalo entre piscadas, o OPI é inferior a 1, evidenciando uma falta de proteção na superfície ocular.

Assim, a superfície ocular é considerada protegida quando a ruptura do filme lacrimal ocorre simultaneamente ou após o piscar subsequente. Por outro lado, se a ruptura do filme lacrimal ocorre antes do próximo piscar, as células da superfície ocular ficam desprotegidas, o que pode resultar em desconforto ocular, lesões celulares e inflamação.

Avaliação do Menisco Lacrimal:

Com o colírio de fluoresceína é importante também avaliar o menisco lacrimal na margem palpebral inferior, que normalmente tem altura inferior a 1mm (em torno de 0,3-0,4 mm) e é diminuído ou ausente no Olho Seco.

Coloração das Lesões Celulares:

A lesão das células epiteliais da córnea é denominada de Ceratite, que aparece como pontuações na córnea coradas pela fluoresceína, cuja intensidade depende da gravidade do Olho Seco.

As células da margem palpebral também sofrem as alterações químicas da lágrima hiperosmolar e as alterações mecânicas da fricção das pálpebras, sendo coradas com a fluoresceína nos casos de Olho Seco.

Os corantes Rosa Bengala e Lissamina Verde podem também ser usados para a coloração das lesões celulares, especialmente para fins de pesquisas médicas, não sendo usados com muita freqüência na prática médica diária.

Avaliação de Pregas Horizontais na Conjuntiva:

Recentemente foi observado que os pacientes com olho seco apresentam pregas conjuntivais nos quadrantes nasal e temporal da conjuntiva bulbar, paralelas à margem palpebral inferior, denominadas Conjuntivocalaze. O termo em inglês para essas pregas é “Lid Parallel Conjuntival Folds” com o acrônimo “LIP COF”.

Essas pregas ocorrem devido à perda do tecido conjuntivo, pelos movimentos do piscar no olho seco e estas desaparecem quando a pálpebra inferior é levantada.

Avaliação da Produção da Lágrima pela Glândula Lacrimal – Teste de Schirmer:

O Teste de Schirmer é usado para medir a produção de lágrima aquosa, com duas variações: o Teste de Schirmer I, que avalia a produção total da lágrima aquosa, e o Teste de Schirmer II, que mede a produção reflexa, sendo este último menos comum na prática clínica.